Imagens que mostram um macaco sendo "abraçado" por uma sucuri viralizaram nas redes sociais durante esta semana e fizeram com que muitos internautas se manifestassem. Apesar da empatia demonstrada por conta do desespero do animal, a PMA (Polícia Militar Ambiental) alerta que intervenções realizadas nessas situações se caracterizam como maus-tratos.
O vídeo foi postado por um influenciador digital, o biólogo Henrique Abrahão, e em quatro dias já alcançou 127 mil visualizações. Em sua publicação, ele não diz o local ou o dia em que as imagens foram feitas, mas faz comentários sobre a reação das pessoas que ajudaram o animal.
“A resposta biológica é não, não pode mexer, é crime, a lei ambiental não permite que você intervenha na natureza, mas tem a segunda resposta. Fica muito difícil não fazê-lo. Porque afinal de contas somos primatas e temos muita semelhança e o olhar dele parecia de súplica”, pontuou durante comentário de em seu vídeo.
Procurado pela reportagem, Henrique Abrahão explicou que recebeu o vídeo como sendo de uma cidade de Mato Grosso do Sul. "Eu não recebi do autor da imagem. Como é uma coisa ilícita, você intervir na fauna silvestre, o autor não quis se identificar, entendeu? Então eu não tenho autoria de dizer que foi de Mato Grosso do Sul, apesar de todos estarem dizendo que sim”, declara.
A suspeita é de que as imagens tenham sido registradas recentemente, por estarem visualizando agora. Porém essa é outra informação que não pode ser feita por ele. Conforme o biólogo, o primata é um macaco-prego e faz parte das presas das sucuris.
Nos comentários da publicação podem ser encontrados muitos relatos de pessoas que se indignaram com a situação mostrada e com a orientação de não intervir. “Se fosse o senhor iria deixar o macaquinho morrer?”, perguntou um seguidor.
Algumas pessoas chegaram a comparar o macaquinho com outros animais. De forma praticamente absoluta, nos quase 2 mil comentários, os internautas disseram que socorreriam o macaco. “Não tem nada nesse mundo que me impediria de intervir numa situação dessas. A natureza que me perdoe”, dizia uma das respostas.
Procurada pela Campo Grande News, a capitã Thamara Moura, da PMA, disse que recebeu o vídeo anteriormente, mas não descobriu se a situação foi registrada em Bonito ou em outra região do Estado.
Ela reforçou que as pessoas filmadas socorrendo o macaco agiram de forma errada, podendo ser autuadas pela prática de maus-tratos. A penalidade pode variar de R$ 500 a R$ 3 mil por pessoa.
“Parece cruel a cena, mas é uma cena natural, é uma cena que faz parte da natureza uma sucuri se alimentar de um mamífero, é natural do ambiente e do instinto da sucuri. As pessoas não podem intervir nesse tipo de situação, da mesma forma que uma onça caçar uma capivara, é um animal bonito que o ser humano tem uma simpatia, mas o ser humano não deve intervir nessa questão da natureza. É o ciclo da natureza, é a cadeia alimentar", finaliza a capitã Thamara Moura.