A maior águia das Américas, um gavião-real, também conhecido como harpia, foi flagrada na manhã desta quarta-feira (05), rondando um grupo de capivaras em uma propriedade de ecoturismo, em Bodoquena.
Segundo o gerente da fazenda Boca da Onça, Cristiano Godinho, o registro foi feito por um motorista da propriedade que relatou que ela estava próxima às margens de uma estrada que dá acesso ao início de uma trilha.
Conforme Godinho, a cena foi vista por vários turistas que visitavam a região. A ave chegou próxima das capivaras por volta das 09h00 e permaneceu no local até às 16h30.
O biólogo Fernando Carvalho e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), explicou que a harpia, considerada a maior águia das Américas, apesar de não ser a maior das aves predadoras do planeta, é uma das mais fortes. Conforme Carvalho, esta harpia possui bico potente e suas garras são maiores que as do urso pardo norte-americano, suas pernas têm a espessura de um punho de um homem adulto.
Ainda de acordo com o biólogo, essa espécie tem um crescimento populacional muito lento, os filhotes dependem dos pais durante quase um ano. A destruição de grandes áreas florestais, com perda substancial de hábitat, e a caça indiscriminada são as principais ameaças à espécie, o que o torna a espécie ameaçada de extinção no Brasil, na categoria vulnerável.
Ainda de acordo com o gerente, o grupo de capivaras se tratava de uma família com cerca de 15 animais que sempre ficam próximos de um açude. Godinho ainda explicou que a harpia voou entre 5 pontos diferentes, todos em volta do represamento.
A espécie
O gavião-real (Harpia harpyja), também conhecido como harpia, é a maior águia encontrada no Brasil, medindo até 105 centímetros de comprimento. Os machos pesam de 4 a 5 quilos e as fêmeas podem chegar até 9 quilos. A envergadura chega a 2 metros de comprimento.
De asas largas, tarsos e garras bem desenvolvidos, com a unha medindo até 7 centímetros, consegue capturar presas com mais de 6 quilos. Alimenta-se de mamíferos: preguiças, primatas, veados, quatis e algumas aves como seriemas, araras, além de répteis.
Discreta, apesar do tamanho, a ave fica à espreita, em busca de presas por longos períodos. A diferença de tamanho entre o macho e a fêmea os fazem capturar presas diferentes. Enquanto o macho, menor e mais ágil, caça mamíferos terrestres e aves, a fêmea, maior e mais lenta, busca macacos e preguiças.