O porteiro Ailton José de Arruda de 49 anos que morreu na tarde de ontem (1), após ter sua motocicleta atingida por um carro, no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Dolor Ferreira de Andrade, fazia o mesmo trajeto há 28 anos.
De acordo com o site Campo Grande News, esse era o caminho percorrido por ele, para chegar até o edifício que trabalhava, na Rua Eduardo Santos Pereira, no Bairro São Francisco em Campo Grande.
A filha de Ailton, Tainara Maciel, 28 anos, conversou com o Campo Grande News nesta manhã, na capela da Pax universo, onde ocorre o velório do homem. Ela conta que desconfiou que alguma coisa havia acontecido quando os colegas de trabalho do pai ligaram para informar que ele chegou para trabalhar.
“Ele entrava 14h no trabalho. Depois que recebemos a ligação eu fiz o trajeto que ele costumava fazer, mas não encontrei nada. Na hora imaginei que tinha acontecido algo. Fui na Santa Casa e lá me disseram que tinha dado entrado um homem desconhecido, vítima de acidente de trânsito. Mostrei uma foto dele e eles confirmara”, relembra a Tainara.
Após tomar conhecimento que o pai havia morrido, Tainara foi até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol e depois no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), fazer o reconhecimento do corpo.
Até agora, a família não sabe quem foi a mulher que causou o acidente. “Na delegacia só fizeram o boletim de ocorrência para liberar o corpo. Eu não tive tempo de ver o que aconteceu, ou se foi feita alguma coisa na polícia de trânsito, mas iremos vamos atrás da justiça, porque ela estava errada. A morte do meu pai não pode ficar impune, espero que a justiça seja feita e que não seja apenas mais uma morte no trânsito”, disse.
Segundo Tainara, Ailton demorou para ser identificado porque no momento do acidente estava apenas com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) digital e com a colisão o aparelho celular quebrou.
A filha conta ainda que Ailton teve uma parada cardiorrespiratória ainda no local do acidente, foi reanimado e chegou intubado no hospital. “Lá ele teve outra parada. E não conseguiram mais reanimar”, lamentou.
Ailton deixou a esposa de 42 anos, a filha biológica Tainara, uma filha de criação e cinco netos. Tainara disse que o pai se foi, mas que era um homem muito querido por todos.
"Ele sempre foi responsável, sempre trabalhador, sempre muito honesto e infelizmente isso aconteceu enquanto ele estava indo trabalhar. Histórias de momentos bons é o que não irá faltar para contarmos", finalizou Tainara.
O velório de Ailton começou na madrugada desta terça-feira (2) e termina às 15. O sepultamento será 16h no Cemitério Parque de Campo Grande, na Avenida Senador Filinto Müler, no Bairro Pioneiro.