Dyonathan Celestrino, que ficou conhecido como ‘Maníaco da Cruz’ depois de uma série de assassinatos no interior do Estado, voltou a ter um surto nesta segunda-feira (8) e ameaçou matar um agente penitenciário do Instituto Penal de Campo Grande com um garfo. O caso aconteceu quando o interno se recusou a voltar para a cela depois do banho de sol.
Para a polícia, o agente penitenciário contou que recebeu uma ligação pedindo para que ele fosse recolher Dyonathan do banho de sol.
O rapaz estava na quadra de esporte do lado de fora do pavilhão II, que fica próximo ao setor de escola e padaria da unidade e no momento em que percebeu que o agente penitenciário abriu o portão para retirá-lo dali se misturou aos internos que voltavam para as celas e se escondeu na cantina da unidade, onde não tem permissão para entrar.
O servidor então notou a ausência de Dyonathan e questionou outro servidor, que era responsável pelo pavilhão. Segundo o boletim de ocorrência, foi neste momento que os dois perceberam que o ‘Maníaco da Cruz’ estava escondido no setor de salgado. O agente deu ordem para que ele saísse de lá, mas o rapaz negou.
Depois de várias tentativas, o agente afirmou que ele teria que levá-lo a força e em resposta Dyonathan se armou com um garfo e passou a fazer ameaças, afirmando que queria ficar no local e gritando frases como: "Quero ver quem vai me obrigar a entrar naquela cela”, “vem pra ver se não te furo todo".
O agente penitenciário então tentou segurar o interno, que tentou acerte-lo no braço com o garfo, mas acabou desarmado. O servidor conseguiu imobilizar o rapaz e foi levado até a cela, mas lá reagiu novamente e tentou agredir o agente com socos e chutes. Foram necessários mais dois funcionários para guardar Dyonathan na cela.
Mesmo assim, o rapaz continuou ameaçando os servidores. “Eu mando na cadeia, eu mando no juiz, na promotora, eu dou ibope pra TV, vou f**** com tua vida, se te pegar te mato”, ameaçou.
Surtos
No dia 20 de setembro de 2015, Dyonathan teve um surto e chegou a ferir um agente penitenciário com uma lança artesanal. Na data o rapaz começou a jogar marmitas e outros objetos em outros presos. Ao tentar conter e recolher o detento para a cela, os agentes penitenciários da unidade foram ameaçados com um cabo de vassoura. Na ação, Dyonathan cuspiu nos agentes e feriu um deles no braço.
Nove dias depois, ele precisou ser levado para o Centro de Atenção Psicossocial para orientação psiquiátrica depois de apresentar “comportamento confuso”. Na ocasião, Celestino se recusou a comer e a tomar os remédios prescritos pela psiquiatra que faz o seu acompanhamento. Também apresentou comportamento irregular, falando frases desconexas e negando o tratamento.
Depois de receber atendimento médico, Dyonathan, que já é mantido em uma cela separada, foi proibido de ir às aulas de graduação à distância em gestão ambiental, que eram feitas em uma sala de aula no próprio presídio, por segurança.
Em contato com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) na época dos fatos, a equipe do Jornal Midiamax foi informada que procurava em outros Estados um hospital psiquiátrico para realizar a transferência de Dyonathan, mas apenas São Paulo respondeu, alegando que não há como ceder uma vaga para o jovem.
Caso
Dyonathan ficou conhecido como 'Maníaco da Cruz' em 2008, quando tinha apenas 16 anos, depois de matar o pedreiro Catalino Gardena, a frentista Letícia Neves de Oliveira e a jovem Gleice Kelly da Silva e deixar seus corpos posicionados em sinal de crucificação em cemitérios.
As vítimas eram submetidas a uma 'sessão de perguntas' sobre seus comportamentos sexuais antes de serem executadas por serem consideradas impuras. Há sete anos, ele foi apreendido na Unei (Unidade Educacional de Internação) de onde fugiu e ficou a pouco mais de um mês foragido.