Após uma "greve de fome" no Instituto Penal, em Campo Grande, o jovem que ficou conhecido como Maníaco da Cruz, pelo assassinato brutal de três pessoas, foi encaminhado para atendimento médico na tarde desta terça-feira (29). Ao G1, a assessoria de imprensa da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) ressaltou que ele se recusou a receber a alimentação desde a noite do dia anterior.
O órgão ressaltou que a medida se faz necessária porque o jovem também não aceitou tomar os remédios prescritos, além de apresentar "comportamento irregular e confuso". O Corpo de Bombeiros o encaminhou, por volta das 17h (horário de MS), para uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do bairro Aero Rancho, após recomendações do setor de psiquiatra do Instituto Penal de Campo Grande.
Em nota, a Agepen ainda esclareceu que a saída do interditado objetiva apenas" oferecer a ele um atendimento mais completo neste momento, retornando na sequência ao presídio". A ação ainda possui a escolta da Polícia Militar.
A assessoria ainda informou que a Agepen continua buscando, junto a outros estados, a possibilidade de transferência do jovem para um hospital psiquiátrico. No entanto, até o momento, apenas São Paulo respondeu, alegando impossibilidade de cedência de vaga. Enquanto isso, ele permanece em uma estrutura do Instituto Penal, que conforme a assessoria, estaria dentro das normas possíveis de segurança e saúde.
Surto
Há nove dias, o jovem teve um surto e agrediu um agente penitenciário com um cabo de vassoura, no mesmo local.
Na segunda-feira (21), o diretor-presidente do Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa, confirmou ao G1 o surto do Maníaco e informou que o rapaz fica em ala isolada dos demais presos. Stropa reconheceu a complexidade do caso.
Entenda o caso
O jovem ficou conhecido como Maníaco da Cruz, por matar três pessoas no munícipio de Rio Brilhante, a 150 quilômetros de Campo Grande. Os crimes ocorreram no ano de 2008, quando ele estava com 16 anos. Na ocasião, ele foi apreendido e cumpriu medida socioeducativa em Unidade Educacional de Internação (Unei). Aos 21 anos, quando atingiu a maioridade penal, deveria ter sido solto, conforme a lei, mas laudos médicos atestavam que ele poderia voltar a matar.
Desde então, o jovem não pode ser reinserido ao convívio social. Porém, também não consegue internação em manicômio judiciário para tratamento psiquiátrico, como foi determinado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Nesse impasse, o Maníaco da Cruz continua preso, mantido em ala especial de saúde, onde recebe tratamento psiquiátrico.