Familiares dos jovens Lucas Moura Escobar, Leonardo de Lima Medeiros e Juan Thalles Miranda dos Santos, mortos pela polícia durante um confronto em Aquidauana, estão utilizando as redes sociais para pedir mais esclarecimentos sobre os fatos. Eles alegam que a versão apresentada pelos militares não condiz com a verdade.
Segundo o TopMídiaNews, eles publicaram uma nota de repúdio à ação policial. A publicação foi acompanhada de fotos dos três jovens mortos. Em postagem, eles expressaram "profundo repúdio à conduta dos policiais envolvidos", e consideraram a ação policial "inaceitável, ofensiva e contrária aos princípios nos quais acreditamos".
"Acreditamos que o papel da Polícia Militar é garantir a segurança da sociedade, e não tirar a vida de pessoas de forma brutal e cruel, sem que elas tenham direito à defesa ou julgamento. É inaceitável que aqueles responsáveis por zelar pela segurança pública e pela proteção dos cidadãos ajam dessa maneira, ceifando vidas", continuam.
De acordo com os familiares, o comportamento dos policiais envolvidos na ação "não condiz com o ocorrido no local, confirmado por duas testemunhas oculares e outras evidências", afirmam. Eles também questionam como a operação foi realizada.
Polícia
Na tarde de sexta-feira (6), uma operação policial envolveu a Força Tática do 7º BPM, que interveio em um conflito em uma propriedade no Distrito de Cipolândia, região de Aquidauana. Moradores denunciaram que um grupo armado estava em uma chácara, efetuando disparos.
Diante da gravidade da denúncia, a equipe policial pediu reforços. Com a chegada de uma segunda equipe, os policiais se aproximaram do local e avistaram três suspeitos manipulando armas de fogo. Os policiais ordenaram que os suspeitos largassem as armas e se identificaram como policiais, mas foram ignorados. Em resposta, os suspeitos apontaram suas armas para os policiais e dispararam.
Os policiais reagiram e atingiram os suspeitos. Eles foram socorridos e levados ao hospital de Aquidauana, onde não resistiram aos ferimentos e faleceram.
Os mortos foram identificados como Juan Thalles Miranda dos Santos, de 24 anos, Leonardo de Lima Medeiros, de 28, e Lucas Moura Escobar, conhecido como "Jacaré", de 29. Todos possuíam extensa ficha criminal. Na operação, foram apreendidas três armas de fogo, uma quantidade significativa de maconha e um macaco acorrentado, com sinais de maus-tratos.
Nenhum policial foi ferido durante a ação.