Sob efeitos de medicamentos, a assistente social Maria Renilda Rocha Mota de Andrade, de 46 anos, mãe do estudante Gabriel, morto em acidente na última quinta-feira (15) após fugir de abordagem policial ainda tenta entender o que aconteceu.
“Achei que encontraria meu filho preso e não morto”, lamentou.
De acordo com o site Campo Grande News, o rapaz completaria 20 anos na próxima terça-feira (dia 27).
Conforme Maria Renilda, o filho fugiu da abordagem porque não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e ficou com medo de perder a moto, que estava com o licenciamento atrasado. "Ele não tinha passagem pela polícia e portava o documento de identificação. Não era bandido. Ele foi menor aprendiz e atualmente trabalhava de ajudante de pedreiro. Sempre o orientei a parar em qualquer abordagem policial", disse.
A mãe contou que, no dia do fato, o filho saiu com um amigo de 17 anos para colocar gasolina na moto, no Bairro Aero Rancho. No caminho para o posto de combustíveis, a equipe policial avistou os dois e tentou abordá-los. Com medo de perder a moto, Gabriel acelerou e fugiu pela ruas do bairro. O adolescente ficou assustado com a situação, pulou da motocicleta e o amigo continuou o trajeto.
O garoto disse que foi para a casa, na expectativa de que o amigo voltaria. Depois de algum tempo de espera e nada do retorno, ele foi até a casa de Maria Renilda avisar que Gabriel havia fugido de uma abordagem. A mãe então ligou no 190 e foi orientada a comparecer à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).
"Jamais passou pela minha cabeça que o encontraria morto. Achei que ele tinha sido preso", disse. Segundo Maria Renilda, ao receber a notícia na delegacia gritava de desespero, de dor. Gabriel Rocha de Andrade foi sepultado no domingo, no Cemitério Memorial Park.
Caso - A PM informou, em boletim de ocorrência, que estava em rondas pela Avenida Rachel de Queiroz, em horário de grande movimentação de pessoas, com objetivo de prevenir roubos a comércios, quando no cruzamento com a Rua Bueno, a equipe avistou os jovens numa Honda Fan. Ao ser dada a ordem de parada para averiguação dos dois, o piloto não parou. Foi então que começou uma perseguição pelas ruas, que se estendeu até o bairro vizinho, o Guanandi, enquanto o motociclista trafegava em alta velocidade e furava os sinais. Na fuga, o adolescente pulou da moto.
O motociclista continuou sendo perseguido e quando acessou a via Marginal ao Parque Ecológico Anhanduí, sentido à Avenida Vereador Thyrson de Almeida, conseguiu se distanciar da polícia. Na sequência, perdeu o controle da direção em uma curva e bateu contra uma cerca de arame.