Os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 745 milhões em fevereiro, segundo dados do Banco Central. Esse é o primeiro resultado negativo para meses de fevereiro desde 2005. Considerando todos os meses do ano, é a primeira perda de recursos desde abril de 2009, quando o resultado estava sendo afetado pela crise econômica daquele ano.
Apesar dessa saída de recursos, em um mês marcado pelo aumento nos gastos com educação, tributos e outras despesas de início de ano, a poupança continua sendo o investimento que mais atrai aplicações no país.
No ano passado, a captação da poupança atingiu o valor recorde de R$ 38,7 bilhões. A caderneta de poupança tem perdido sistematicamente para a inflação, que ficou mais alta nos últimos meses.
Em fevereiro não foi diferente. Enquanto o índice IGP-M atingiu 1% neste mês, a maior taxa desde novembro, o IPCA apontou uma variação de 0,80%, ambos superiores à rentabilidade de 0,55% da aplicação mais popular do país (considerando as aplicações com aniversário em 1º de março).
Outros investimentos de perfil conservador tampouco ajudaram o investidor a preservar seu patrimônio: a taxa média de retorno dos CDB variou 0,84%, praticamente o mesmo dos fundos DI, no mês passado.
Não surpreende, portanto, que essas aplicações também tenham captação negativa (saques maiores que depósitos) em fevereiro.
Dados da Anbid (associação dos bancos de investimentos) mostram que uma saída de R$ 1,2 bilhão dos fundos DI. Nos fundos de Renda Fixa, que tem apresentado um retorno um pouco superior, houve uma captação positiva de R$ 1,7 bilhão no mesmo período.