Metade das fiscalizações, urbanas e rurais, de combate ao trabalho escravo ou infantil, foi suspensa em Mato Grosso do Sul, segundo o coordenador da fiscalização rural, Antonio Maria Parron.
Segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, MS é um dos estados em que ações de fiscalização de combate ao trabalho escravo foram canceladas por conta do corte de verbas anunciado pelo governo federal para contenção de gastos.
As ações, prioridade do Programa Nacional de Direitos Humanos do governo, entraram na lista de cortes, conforme informações dos escritórios estaduais do Ministério do Trabalho e as SRTEs (Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego).
Em Mato Grosso do Sul, uma saída para não diminuir ainda mais as inspeções foi começar a enviar apenas dois auditores fiscais em cada ação, sendo que antes eram três.
Outra solução foi dispensar motoristas e deixar os próprios fiscais guiarem os carros. As viagens passaram a durar três dias, em vez de cinco, segundo Parron.
As operações envolvem policiais federais, auditores fiscais, motoristas e um procurador. Os recursos para a ação são do Ministério Público do trabalho.
Ainda conforme a publicação da Folha de São Paulo, o valor específico para ações de erradicação do trabalho escravo passou de R$ 5,3 milhões para R$ 2,6 milhões, segundo o Ministério do Trabalho. Só em 2010, foram gastos com isso R$ 3,3 milhões.
Outros estados - No Pará, primeiro no ranking em libertações de trabalho escravo em 2010, com 559 casos, o combate nessa área não foi afetado.
Em Santa Catarina, que ocupa a 4ª posição no ranking (foram 253), a SRTE só vai conseguir fazer uma das quatro ações mensais antes previstas de fiscalização rural e contra trabalho escravo.
Em Mato Grosso, quinto lugar no ranking, as duas operações programadas para março contra trabalho escravo coordenadas pela SRTE local foram suspensas, e não há previsão para realizá-las.