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No caminho entre Nioaque e Sidrolândia, porém no território de Maracaju, uma árvore solitária em meio a estrada sempre chama atenção dos viajantes. De uma beleza singular, ela parece cobrir a pista e até chega a confundir quem passa por ali pela primeira vez. De tão única, já rendeu milhares de cliques, seja dos que estão apenas de passagem, ou mesmo de fotógrafos profissionais, que programaram uma viagem só para registrá-la.

A foto da capa desta reportagem é um belíssimo exemplo disso. Feita pelo fotógrafo bonitense Fernando Peres, a imagem já ganhou as redes sociais e foi compartilhada centenas de vezes. Ela representa a magnitude da árvore, tendo como plano de fundo um céu repleto de estrelas e quem olha de fora, pode até achar que foi um clique ao caso, sorte do dia, mas na verdade, a foto foi pensada e planejada com muito cuidado antes de ser feita.

“Toda vez que os moradores de Bonito viajam para Campo Grande, eles fazem fotos dessa árvore e postam nas redes sociais. Como eu já faço as fotos de constelação, tive a ideia de fazer o registro dela a noite. Aí programei uma viagem para a Capital, considerando as fases da lua, estação do ano e sai daqui no horário determinado para que eu chegasse no momento exato em que a constelação estaria bem em cima da dela, às 22h30 do dia 12 de maio de 2018”, detalha

Outro apaixonado pela árvore solitária é jornalista e fotógrafo Nelson Corrales, natural de Guia Lopes da Laguna, mas atualmente morador de Campo Grande. De tantas histórias colecionadas em torno da árvore, durante as idas e vindas entre as duas cidades, os amigos começaram a tê-la como uma referência a ele e faziam registros enviando ou marcando Nelson nas redes sociais.

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“Sempre que passava nessa árvore eu parava para tomar uma água, dar uma descansada e como sempre tiro muitas fotos, batizei de Árvore da Amizade e sempre que um amigo da região passa por ela, tira uma foto e me marca no Facebook e Instagram, aí acabou ficando uma marca registrada como Árvore da Amizade, pois entre Campo Grande e Guia Lopes, ela fica exatamente no meio da distância entre as duas cidades”, explica.

Nelson também relembra um episódio triste envolvendo a árvore. “Uma vez, algo que me deixou muito triste foi que colocaram fogo em seu tronco e eu estava passando bem na hora, joguei água, apaguei o fogo, coloquei areia em seu tronco para recuperar e coloquei as fotos no Facebook e sensibilizou muitos amigos e desconhecidos que passam por ela, e muitos me ajudaram a comprar produtos para ajudar em sua recuperação”.

O fotógrafo ainda destaca que usa imagens da árvore para presentear os amigos, devido a simbologia que ela tem para ele. “Sei de amigos de Bonito, Bela Vista, Porto Murtinho, Jardim, Guia Lopes, que também tem o mesmo carinho por ela. Eu já fiz vários quadros com a foto dela para presentear e para sortear em datas específicas. Ela é simplesmente a minha apaixonante Árvore da Amizade”.

A Árvore da Amizade ou Árvore Solitária carrega ainda outras tantas histórias. Nas redes sociais não é difícil achar registros dela com legendas emocionadas ressaltando sempre sua beleza incomparável. Beleza essa, que talvez não seja tanto pela paisagem em si, mas pelas emoções que ela provoca. Ali, tão sozinha em meio a estrada, se torna companheira de quem viaja. Diria, até confidente as vezes.

Para mim (diante dela vou me permitir usar a primeira pessoa) significa um ‘até logo’, toda vez que me afasto de casa. Ela consolou muitas lágrimas quando decidi ir embora da casa dos meus pais para estudar, porque ao vê-la nas idas para Campo Grande – ela é ironicamente mais bonita no caminho de ida – sempre era como se me dissesse, vai tranquila, eu ainda estarei aqui quando você voltar.