A onça-pintada está definitivamente ameaçada de extinção na Mata Atlântica. Menos de 300 desses magníficos felinos ainda sobrevivem no bioma, espalhados e isolados em pequenas populações pelo Brasil, Argentina e Paraguai, segundo um trabalho publicado hoje na revista Scientific Reports. É o mais completo levantamento já feito sobre a população remanescente de onças-pintadas na Mata Atlântica.
As causas do declínio são óbvias. Cerca de 85% do hábitat original das onças-pintadas (ou jaguares, como também são conhecidas) na Mata Atlântica já desapareceu, e apenas 7% das florestas que restam ainda estão em bom estado de conservação, com tamanho e alimento suficientes para abrigar a espécie, segundo os cientistas. Não bastasse isso, as poucas onças sobreviventes são frequentemente perseguidas e atacadas por caçadores e fazendeiros.
“Perda e fragmentação de hábitat são as principais causas de declínio das onças-pintadas, mas a mortalidade induzida pelo homem é a principal ameaça às populações remanescentes”, dizem os autores do trabalho, que incluem pesquisadores do Brasil, Argentina, Paraguai e Porto Rico. A Mata Atlântica, segundo eles, corre risco de se tornar a primeira floresta no mundo a ter o seu maior predador extinto
O mapa abaixo mostra os poucos locais onde as onças-pintadas ainda são encontradas na Mata Atlântica, e algumas regiões onde ainda é possível que elas ocorram, apesar de não haver registros confirmados. A íntegra do estudo pode ser acessada aqui: https://goo.gl/CFrhXl
Para saber mais sobre o assunto, acesse o especial multimídia Fauna Invisível da Mata Atlântica: http://infograficos.estadao.com.br/cidades/fauna-invisivel/; e conheça a história da onça-pintada Soneca, que desapareceu misteriosamente nas florestas do Vale do Ribeira — provavelmente morta por palmiteiros. Com dezenas de fotos, vídeos, mapas, entrevistas e infográficos interativos.