Com a intensificação da ocorrência dos incêndios florestais no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros e demais forças que atuam nas ações de controle e combate das chamas continuam a receber reforços e a trabalhar para mitigar os impactos no bioma. A situação na área exige atenção e, por isso, as equipes também atuam para proteger as casas dos ribeirinhos e estão de prontidão para fazer evacuações, caso seja necessário.
Ontem (6), trecho da BR-262 entre Miranda - na região conhecida como Salobra - e Corumbá ficou interditado por conta do fogo nas margens da rodovia. A fumaça do incêndio invadiu a pista, impedindo o tráfego de veículos no local. Hoje, o trecho segue com bloqueios e controle de tráfego de veículos por causa da densidade da fumaça na pista.
Outros seis incêndios de grande proporção contam com o trabalho dos bombeiros e demais forças auxiliares - Força Nacional, brigadistas do PrevFogo, Forças Armadas. O fogo atinge áreas nas regiões da Nhecolândia, do Abobral, de Albuquerque e da fronteira com a Bolívia. Também há focos nas redondezas da Fazenda Caiman e no município de Rio Verde.
Nos próximos dias, dez bombeiros militares do Pará chegam ao Mato Grosso do Sul para contribuir nas ações da Operação Pantanal 2024. Hoje (7), os 12 bombeiros militares do Paraná que atuam há 15 dias nos incêndios florestais serão substituídos por quatro novas guarnições. Em duas semanas, já está previsto o envio da terceira equipe para auxílio no trabalho.
Para preservar as equipes e facilitar a logística de deslocamento, o militares dos bombeiros serão transportados até Corumbá em uma aeronave do estado paranaense, a mesma que vai levar as equipes que estão em Mato Grosso do Sul de volta ao Paraná.
"Nós estamos há 15 dias atuando na região pantaneira de Mato Grosso do Sul. Viemos com 12 bombeiros militares da Força Tarefa de Resposta a Desastres do Paraná, e virá uma nova turma de 12 bombeiros. Após isso teremos mais uma terceira turma, totalizando 36 bombeiros militares que vão passar pelo Pantanal, com atuação até o final do mês de agosto", disse o capitão Alexandre Mançano, do Paraná, que completa sua fala.
"Toda aquela região está sendo assolada por um grande incêndio, muitas fazendas estão sendo atingidas. A equipe atuou na região do Porto da Manga e na segunda-feira (5), na contenção do incêndio na rodovia BR-262. Ficamos vários dias na região, protegendo as vilas, as pousadas, atuando nos incêndios nas fazendas e nas áreas de preservação. Esse incêndio já andou mais de 80 quilômetros desde o seu ponto de origem, pois é muito grande, com muitas frentes, muitas cabeças, então a nossa equipe precisou se dividir em muitos momentos", explica o capitão.
Este incêndio, teve início há duas semanas na fazenda Tupaceretã provocado por um caminhão que pegou fogo após ficar atolado. O mesmo incêndio já se espalhou por 270 mil hectares com divisão em várias direções e braços - como são chamados os focos secundários.
"Ontem (6) decolamos de Campo Grande em direção a Corumbá e no caminho, sobrevoamos uma área atingida por incêndios florestais. Outra preocupação é a rodovia, não só a questão de chamas, mas a fumaça densa também", disse a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros sul-mato-grossense.
Em alguns pontos os incêndios foram extintos, em outros controlados, e ainda há aqueles em que foi possível direcionar as chamas para áreas que não atinjam, principalmente, casas e demais propriedades, além de áreas de preservação. Em 2020, também durante as ações de combate aos incêndios florestais, os bombeiros do Paraná auxiliaram no trabalho.
"São equipes experientes, muitos deles já tinham vindo para cá. todos que foram escolhidos são militares que têm experiência com o incêndio florestal. Então a gente sabe a gravidade, sabe os riscos inerentes aqui, então todos tiveram já as técnicas necessárias", disse Mançano.
Operação
As cidades de Corumbá e Ladário estão encobertas pela fumaça densa dos incêndios florestais, especialmente o que está localizado na regiao da Serra do Amolar.
"A fumaça está tomando conta daquela região devido também à direção dos ventos e as condições atmosféricas. Outro ponto de muita preocupação, de maior tensão, que tivemos com a aeronave, foi chegando à cidade de Corumbá, que está tomada pela fumaça e os incêndios florestais", frisa Inoue.