Alunos da 5° série da Escola Municipal Professora Durvalina Dorneles Teixeira, de Bonito, tiveram na manhã de quinta-feira (24) a oportunidade de participar de uma contação de histórias. A atividade Mala de Viajante, de temática afroindígena, foi dirigida por Ricardo Lima, de Três Lagoas, para as crianças da escola.
A atividade foi iniciada com uma cantiga de acolhimento africana. Em seguida, Ricardo contou uma lenda indígena, Jurutaí. Depois, entrou na matriz africana com o berimbau. Na sequência, contou uma história e finalizou com um cordel, Lampião foi para o céu. “Eu senti que, em qualquer circunstância, mas principalmente com as crianças, é uma troca muito espontânea. Para mim, sempre é assim, em qualquer situação, em qualquer contexto. Talvez no começo eles fiquem um pouco acanhados, um pouco tímidos, mas conforme você vai fazendo a atividade, vão adentrando e vão tendo as percepções deles, sempre há uma troca. Eu busco sempre que seja uma troca de percepções, de relação direta, do imaginário, das sensações. Eu fui percebendo nos olhares como foi chegando para eles as brincadeiras, foi muito gostoso”, diz Ricardo.
De Três Lagoas, Ricardo Lima participou durante alguns anos de um grupo de teatro e foi por meio desse grupo que teve contato com a contação de histórias. “Foi uma atividade que me chamou a atenção e, a partir daí, eu comecei a fazer uma pesquisa sobre a contação de histórias voltada para a oralidade, voltada principalmente para o resgate desta cultura afroindígena. A minha contação de histórias tem esse foco principalmente na oralidade, também trazendo algumas histórias da literatura escrita, mas fundamentalmente dessa memória da oralidade da cultura afroindígena”.
A aluna Helena Cristina Rodrigues Duarte, 11 anos, disse que o que ela mais gostou foi das músicas. “Geralmente qualquer musiquinha já me deixa animada. Eu gosto de coisas bem diferenciadas. Eu gostei da cultura indígena porque foram eles que descobriram o Brasil, também foram escravizados, passaram por muita coisa, eles são muito importantes para a nossa cultura”.
Manueli Perdigão, de 10 anos, gostou mais da dança. “Achei divertido. Aprendi sobre a cultura indígena hoje”. Suas amigas Ana Lívia Chaparro e Sophia Lopes, ambas também com 10 anos, gostaram das histórias e das músicas. “Gostamos da parte da onça e da menina do rio”.A professora Cleuza Aparecida Lopes dos Santos acompanhou os alunos durante a atividade. “Foi muito legal, foi bastante importante para as crianças, trouxe a história da cultura afroindígena, foi bastante importante. Muitas crianças não saem daqui da periferia para ir para o centro da cidade porque os pais trabalham o dia inteiro, não têm como levar. Então, é importante que venha até a escola para que eles possam participar dos eventos”.
A diretora da escola, Eleuza Muniz Galeano, pensa da mesma maneira. “Para nós é um prazer como diretora estar recebendo este evento do Festival de Bonito na escola, principalmente porque nossos alunos são de periferia. Muitas vezes eles não têm oportunidade de participar, de ir até a praça, porque nós temos um grande número de crianças da zona rural, que vão pelo ônibus, vêm pelo ônibus, e é através da escola que eles têm esta participação. E o Festival vindo até a escola é de suma importância para os nossos alunos, é muito enriquecedor”.
Construído de forma transversal, envolvendo diversas pastas da gestão estadual e ouvindo a sociedade, o Festival de Inverno de Bonito 2023 acontece de 23 a 27 de agosto com realização do Governo de MS, Fundação de Cultura, Sesc MS e Prefeitura de Bonito.